Política
João Santana
e Mônica Moura pedem revogação da prisão.
O
advogado do casal afirma que não há motivos para João Santana e Mônica Moura
permanecerem presos após admitirem em depoimento à Polícia Federal que receberam recursos lícitos em contas não declaradas no exterior.
Em
defesa do publicitário João Santana e sua esposa Mônica Moura, o advogado Fábio
Tofic pediu hoje (25) a revogação da prisão do casal ao juiz federal Sérgio
Moro. A prisão de João e Mônica foi decretada na 23ª fase da Operação Lava Jato
e ambos estão presos na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.
Na
petição, o advogado afirma que não há motivos para que o casal continue preso após
admitirem em depoimento à Polícia Federal que receberam recursos lícitos em
contas não declaradas no exterior e autorizaram o acesso às suas movimentações
bancárias.
“São
empresários de renome do marketing político brasileiro e internacional, e, se
cometeram algum pecado, foi o de receber recursos lícitos, fruto de trabalho
honesto, em conta não declarada no exterior, crime que, nem mesmo neste egrégio
juízo, costuma sujeitar o réu ao cumprimento de prisão antecipada”, disse Fábio
Tofic.
Depoimento
à Polícia Federal
No depoimento prestado
à PF, Santana declarou que não recebeu valores no exterior sobre serviços concedidos
para companhas eleitorais no Brasil e que não tem relação com a empreiteira
Odebrecht.
O publicitário disse
que controla a conta da empresa offshore Shellbill, na Suíça, investigada pela
Lava Jato. Segundo ele a conta foi aberta entre 1998 e 1999, por meio de um
representante no Uruguai, para receber cerca de U$S 70 mil pelos serviços
prestados na Argentina. Ainda afirmou que tinha interesse em legalizar a conta,
mas que houve dúvidas em relação a qual país devesse fazê-lo.
Santana também
confessou que a conta passou a receber mais recursos em 2011 e 2012, quando ele
trabalhou em campanhas presidências no exterior. Segundo ele, a campanha na
Angola teve custo de U$S 50 milhões, mas não se recorda dos valores das
campanhas da República Dominicana e Venezuela, e não sabe esclarecer a origem
dos valores que ingressam na conta bancária da Shellbill.
Os investigadores da operação
suspeitam que João e Mônica receberam U$S 7,5 milhões em uma conta na Suíça que
seria controlada pela Odebrecht.
Mônica admitiu ontem
(24) que recebeu dinheiro não contabilizado nas campanhas eleitorais na
Venezuela e do presidente da Angola, José Eduardo Santos. Porém, ela negou
que tenha recebido recursos ilegais em campanhas do PT, PDT e PMDB.
A mulher do
publicitário declarou aos delegados que parte dos recursos das campanhas
presidenciais feitas pelo casal na Venezuela e em Angola não foram
contabilizados. E Santana admitiu que a Odebrecht pegou aproximadamente R$ 3
milhões a R$ 4 milhões no exterior. Mônica afirmou que, em 2011, foi orientada
a procurar o ex-funcionário da Odebrecht Fernando Migliaccio, que “colaboraria
no custeio de parte da campanha da Venezuela”.
Os delegados
questionaram Mônica sobre supostos pagamentos de recursos não contabilizados no
Brasil, mas ela negou que o casal tenha recebido “caixa dois” por campanhas no
país.
“Indagada se ela e João
Santana receberam recursos não contabilizados dos clientes dos serviços
eleitorais que prestaram no Brasil, disse que não, primeiramente, por motivos
óbvios, quais sejam, as investigações e condenações no caso mensalão. Os
partidos políticos não solicitaram à declarante que fossem feitos pagamentos à
margem da contabilidade. Receberam muitos recursos das campanhas eleitorais no
Brasil de maneira legal e registrada, de maneira que não houve motivo para
pagamentos via “caixa dois”, diz trecho do depoimento.
Twitter: Advogado de João
Santana e Mônica Moura pede revogação da prisão. (https://goo.gl/nSa0CD)
Facebook: João Santana e
Mônica Moura admitem ter recebido recursos lícitos em contas não declaradas no exterior e pedem revogação da prisão.(https://goo.gl/nSa0CD)
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