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sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Elas também expressam suas emoções dentro dos estádios

Da calmaria ao ápice dos sentimentos, mulheres demonstram suas relações com os campos de futebol.

Por Ketlin Cristine



Segundo a pesquisa realizada pelo LANCE! Ibope em 2014, apenas 5,6% mulheres frequentam os estádios de futebol. A pesquisa ouviu 7.005 pessoas de todas as regiões do país. A porcentagem é baixa em relação aos homens, mas as que vão aos estádios representam a alma feminina no futebol, enfrentam sol e chuva para acompanhar o seu time.

A representante comercial Marion Rosa, 43, é sócia do seu clube do coração e frequenta os estádios de futebol há mais ou menos 14 anos. Para ela, o estádio representa o lugar oficial para extravasar todos os sentimentos. “Eu amo estar no estádio, me desestresso, passo por momentos de alegria e frustração”. Segundo ela, nunca está calma, sempre fica agitada e nervosa ao chegar no estádio. Marion acredita que no estádio o sentimento de todos é o mesmo e todos são iguais, - menos a torcida adversária -, conta aos risos. “Posso chorar, rir, gritar e xingar sem me preocupar com quem está ao meu lado”, finaliza.

Para a estudante de nutrição Leandra Rocco, 21, torcer para um time de futebol e frequentar estádio é uma relação difícil de explicar. “Às vezes saio do estádio muito brava e até penso em não ir mais, aí chega o próximo jogo e eu estou lá novamente”. A estudante já chegou a deixar de ir em passeios e festas para estar no estádio e conta também que essa relação interfere em alguns princípios da sua vida como por exemplo, não usar nenhuma cor que remeta ao time adversário. Leandra se considera extremamente nervosa ao ver uma partida e não consegue parar nenhum minuto. “Meu lugar é no alambrado, na frente da torcida organizada cantando o jogo todo, faça chuva ou sol”, ela ressalta também que em alguns jogos prefere outros lugares mais calmos do estádio.

Segundo a psicóloga Fernanda de Ferrante, a relação que essas mulheres estabelecem com o time e o estádio de futebol está possivelmente ligada a um processo de identificação, formado em algum momento de sua socialização, seja porque sua família, companheiro ou amigos a apresentou. “Neste processo, o time em questão torna-se parte da história dessa pessoa e a mobiliza em direção a ações que visem satisfazer seus ideais de conquistas e sucesso”. A psicóloga ainda explica que os sentimentos compartilhados pelos torcedores em geral nos estádios está ligado ao que na psicologia chamam de mente grupal. “Existem algumas características que são comuns a esta situação, primeiramente a pessoa torna-se anônima, pertencente a um grupo maior, ou seja, a mulher ou homem deixam de ser eles mesmos e passam a ser a torcida de “tal” time, assim, tem liberdade para expressarem sentimentos dentro dos estádios, algo que não teriam caso estivessem fora do grupo”, explica. 

Nesse assunto que envolve as mulheres com os estádios, muitos homens amantes do futebol como o gerente John Lenon Breda, 25, vê com bons olhos as mulheres nas arquibancadase espera que isso cresça cada vez mais. “É sensacional a participação delas nos jogos cantando, vibrando, emocionando e fazendo parte de todo esse espetáculo”, afirma. 

O sentimento das mulheres pelo mundo afora ao futebol e seus estádios, as vezes, quebram barreiras. Em 2011, pelo campeonato turco, no jogo entre Fenerbahce e Manisaspor os torcedores foram impedidos de entrar no estádio Sukru Saracoglu por causa de uma punição por atos de violência, diferente do que acontece no Brasil, no qual em situações assim o time joga com portões fechados, a Federação Turca de Futebol acabou permitindo a entrada somente de mulheres e crianças de até 12 anos, um público estimado de 41 mil pessoas lotaram o estádio.
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