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quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Fenômeno mundial tem tudo para decretar o fim do torcedor de ocasião


  

Clubes investem na política de sócio torcedor e inflacionam os chamados ingressos avulsos

Por Anderson Meotti


A dificuldade econômica que o país atravessa tem impacto em todos os setores e o futebol não escapa desse dilema. Se antes os clubes faziam promoções nos preços dos ingressos para atrair os torcedores, na atual situação elas não existem mais.

Em Curitiba, segundo o último levantamento feito pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação sobre o valor dos ingressos chega a 114,47%, sendo a capital paranaense a que possui o preço mais inflacionado entre todas no país.

A política adotada pelos clubes com a implantação do programa de sócios torcedores contribui para esses números. A medida que com o aumento dos ingressos chamados avulsos, força-se o torcedor a se “associar” ao clube de coração.

Uma pesquisa realizada pelo Capital da Notícia, com 130 entrevistados que frequentam os estádios, apontou que 74,5% desses torcedores não vão aos estádios com frequência por conta do valor dos ingressos.

O torcedor do Coritiba, Celso Zancam, 32, costumava ir ao estádio com uma frequência maior, mas, atualmente diminuiu as idas. “Os ingressos subiram demais, pagar para ir ao jogo ficou bem difícil”.

Essa mesma pesquisa também constatou que 67,9% dos torcedores são sócios por irem bastante ao estádio, o que reforça que a ideia dos clubes é justamente trazer mais a torcida com esse projeto de marketing.

Segundo a coordenadora do Procon, Claudia Silvano, a diferença dos valores dos ingressos avulsos e dos planos de sócios caracterizam-se abusivas por parte dos clubes. “Toda essa diferença, induz de certa forma o torcedor a firmar um contrato por um tempo determinado, pode existir a diferença de valores, mas, não exageradamente”, diz Claudia.

Os valores elevados dos ingressos comprados nas bilheterias, é sentido nos bolsos dos torcedores visitantes, que acabam pagando um alto valor quando não fazem parte da torcida de um clube da capital. O preço pode chegar até R$ 140,00 (cada) dependendo o adversário da partida.

Nos clássicos entre os clubes da capital os torcedores em sua maioria são formados por sócios. Com o fortalecimento dessa política pelos clubes, futuras gerações de torcedores ficam ameaçadas, visto que sem lugar nos estádios devido a capacidade de público ficam sem espaço para irem aos gramados.

O sócio torcedor passa a ser maioria nas arquibancadas, a um custo benefício bem convidativo. A tendência é que, futuramente, os estádios curitibanos recebam exclusivamente associados ao clube. De pagantes mesmo, só os torcedores do adversário.

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